QUEM SOU EU


Olá! Eu sou Erik! Nasci em Recife – PE, no ano de 1983.
Ao nascer passei por uma situação que me fez ser uma pessoa que se costuma dizer com deficiência. Isso porque ocorreu comigo o que os médicos dizem ser uma “paralisia cerebral”. Nesta situação eu fiquei sem ter oxigênio no cérebro por alguns décimos de segundos, o suficiente para levar algumas células de meu cérebro a deixar de funcionar para sempre. Entretanto, não duvide, pois as outras células que funcionam (e olha que restaram ainda bilhões delas) me permitem viver plenamente e de forma normal.
E, não confunda, sou uma pessoa com deficiência sim, mas não gosto ser chamado de “deficiente”. Sou capaz de realizar muitas coisas tal qual qualquer outra pessoa sem deficiência.
Sabe de uma coisa, por conta da “paralisia cerebral”, que hoje prefiro chamar de “lesão no cérebro”, a minha história de vida está cheia de momentos interessantes.
Por exemplo, levei um tempinho maior para entender que minhas necessidades na sociedade exigem uma atenção, que os especialistas chamam de “acessibilidade”, a exigir adequações e adaptações nos mobiliários, nas ferramentas, na comunicação e na sinalização.
Eu levei mais tempo para andar e falar. No caso, enquanto algumas crianças começam a andar e falar com a idade de 01 ano, eu comecei com um pouco mais de 04 anos. E mesmo assim, os médicos diziam que jamais eu conseguiria andar e falar.
Nesta minha caminhada duas pessoas foram especiais, a primeira é a minha mãe, Lucy, ela deixou de trabalhar para dar atenção ao meu crescimento. Ia comigo as sessões de fisioterapia, natação, e passou várias noites acordadas cuidando de mim quando de minhas crises de asma.
A segunda é a minha irmã, Flávia, que ajudou muito a minha mãe. Por isso eu posso dizer que a família é sempre fundamental na vida de qualquer pessoa, tanto que eu devo a essas duas pessoas pelo carinho recebido e dedicação.
                Estudei no colégio Boa Viagem no ensino fundamental e no Atual no ensino médio, foram esses dois colégios que me deram uma boa base intelectual, mesmo com pequenas dificuldades os professores me ajudavam, apesar de que eles não tinham uma noção exata do que era inclusão. Tentei duas vezes entrar na UFPE, no curso de Pedagogia não consegui, mas consegui passar no vestibular do CEFET-PE no curso Técnico de Turismo, foi então que conheci o Prof. Gustavo Estevão no qual me convidou para fazer um levantamento das barreiras arquitetônicas do CEFET-PE com o apoio da FACEP e nessa mesma época foi fundado o NAPNE – Núcleo de Apoio aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais, foi então que começou toda a minha história com inclusão da pessoa com deficiência.