quarta-feira, 6 de julho de 2011

Parque Dona Lindu – Recife

O Parque Dona Lindu é uma ótima atração turística, ponto de encontro para recreação, prática de esportes, convívio, etc. Está localizado na praia de Boa Viagem, em Recife, capital de Pernambuco.
O projeto do Parque é de Oscar Niemeyer, inclui 60,65% de área verde, equivalente a 20 mil metros quadrados. Cerca de 12,35% do terreno se destinam a equipamentos públicos de lazer: quadra, rampa de skate, parquinho infantil, área de convivência, pista de corrida e ciclovia. Cerca de 27% é edificado: teatro, pavilhão para exposição, administração do parque, restaurante, lojas e pátio.
Estive em Recife e não pude deixar de conferir a questão da ACESSIBILIDADE por lá.

Qualquer área verde é um ganho imenso para a população, que apesar de ter a praia como principal atração, é carente de áreas verdes com todos esses equipamentos que o Parque Dona Lindu dispõe.

Como o parque é bem em frente a praia, pude comparar e perceber as 17h que o Parque era muito mais frequentado que a orla da praia, como já disse, por concentrar diversos atrativos. Tinha gente de todas as idades e diversidades.

Como toda obra de Niemeyer, não poderia faltar uma marquise. Na foto acima a gente repara na diferença de textura no piso: fora da marquise são placas grandes de concreto com uma faixa de uns 10 centímetros de grama entre elas, o que não facilita tanto o caminhar de todas as pessoas. Embaixo da marquise o piso é bem lisinho e convidativo. É uma diferença proposital para rebater a forma da marquise no piso, dando continuidade e ligando ao teatro (que estava fechado) e o pavilhão de exposição.

Ao chegar uma monitora perguntou se eu precisava de acompanhamento. Só perguntei se as esculturas poderiam ser tocadas. Ela disse que não pode a pedido do autor. Então eu perguntei se um cego poderia tocar, já que seus olhos nesse caso seriam as pontas dos dedos. Ela disse que abre essa exceção.
No mezanino também é tudo branco, justamente para que as obras fiquem em destaque. Mas para uma pessoa com baixa visão ou um idoso, isso não é tão legal.

É mais ou menos assim que uma pessoa com baixa visão percebe esse lugar:

Se o piso fosse contrastante, seria assim mais ou menos:

Assim, uma pessoa com baixa visão saberia se localizar melhor, pois as paredes e “objetos” estariam em destaque. Fica também mais confortável para qualquer pessoa, pois quebra a monotonia.

O mesmo critério serve para escada, onde facilmente algum distraído pode bater a cabeça. Sem contar com a falta de corrimão.

Sinalização é fundamental para um lugar público que estamos indo pela primeira vez (ou não) e para pessoas de outras nacionalidades, por isso, para não errar o uso de SÍMBOLOS é fundamental para compreensão de todos.

O sanitário acessível deveria estar mais perto. O Símbolo Universal de Acesso não deve ser estilizado, mas nesse caso a gente até entende do que se trata…
Legal ter a opção do elevador para acessar o mezanino!


Na foto acima a gente vê a o sanitário acessível. É uma pena que a falta de treinamento dos funcionários fez com que não houvesse manutenção e o cesto de lixo estivesse atrapalhando a aproximação ao vaso sanitário, mas isso são detalhes.
Na parte de fora, onde tem o parque, estava bem cheio de gente se exercitando, estudantes ainda de uniformes, famílias reunidas, pessoas com cachorros, etc. Não vou ficar colocando todas as fotos que eu tirei, dá até vontade, mas aqui vou só analisar mesmo a questão das facilidades arquitetônicas.
Reparei que o parque para crianças de 2 a 4 anos é separado do parque para crianças de 5 a 8 anos. Era uma distância de aproximadamente 50 metros. Será que é legal separar tanto?

Um adulto com filhos de 3 e de 6 anos, por exemplo, não teria como acompanhar as duas crianças. É legal separar por idade, mas não afastar tanto. Na própria placa diz: “todas as crianças devem ter a supervisão de um adulto responsável”.

Não estou questionando a qualidade do espaço e a inteligência do Arquiteto, só acho que todo projeto antes de ser aprovado deveria passar por um “pente fino” de acessibilidade, para rever detalhes fáceis de corrigir em projeto e complicados de adequar depois de executados.

Fonte: http://thaisfrota.wordpress.com/

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